Seis anos atrás, eu era um testador profissional de videogames. Eu saía no final de semana com alguns amigos, depois ficava em casa a noite toda jogando videogame. Eu estava entediado e estava ficando deprimido. Por acaso, eu estava lendo The Traveler, de John Twelve Hawks, e um dos personagens fez capoeira. Parecia interessante, então decidi tentar. Dentro de seis meses, deixei meu emprego e fui para a universidade. Eu nunca olhei para trás.
Capoeira é uma arte marcial brasileira com música. Você aprende a chutar e a se atirar, e você fica em forma. Mas também é uma conversa. Sua personalidade é refletida em como você se move, e você pode conhecer alguém instantaneamente apenas fazendo capoeira (que chamamos de brincar) com eles, ou assistindo-os tocar.Durante um jogo, todos formam um círculo chamado roda, com dois jogadores no meio. De um lado, pessoas com instrumentos. Quem detiver o maior berimbau (um instrumento de cordas em forma de arco) dita a velocidade e a sensação do jogo. Alguns ritmos instruem você a tocar bem, outros a serem mais agressivos. As pessoas começam a tocar uma determinada música e, mesmo sem perceber, você começa a se mover de maneira diferente.
É intenso. Você pode fazer cambalhotas e chutes em alta velocidade enquanto alguém tenta colocar o pé em sua cabeça – você tem que usar todo o seu corpo para manter sua postura forte e equilibrada. Eu sempre fui magra, mas agora eu ampliei, defini.Eu posso fazer sideflips, andar em minhas mãos e mover meu corpo de maneiras que eu nunca sonhei.
Há uma enorme comunidade em torno da capoeira, e é muito social. Eu era bastante insular, então foi um pouco avassalador entrar naquele ambiente. Mas o grupo foi tão inclusivo, me arrastando para as festas, que me tornei completamente confiante. Antes da capoeira, eu não teria ido a lugar nenhum sozinha. Agora, fico feliz em visitar novos lugares e conhecer novas pessoas. Isso me pegou em todo o mundo. A capoeira mudou minha vida.